Livro didático - avaliação por rubrica

Este material é um artigo a ser publicado na revista da USJ, com uso autorizado pelos autores para este curso.

4. Considerações finais

Como na educação a distância o professor não tem contato presencial com o aluno, ou seja, não o vê frente a frente como ocorre no ensino presencial, faz-se necessário encontrar formas de avaliar o aluno de modo coerente, que seja possível lhe dar um retorno sobre a sua atividade e, ao mesmo tempo, apontar o que ainda precisa ser melhorado.

Como o contato geralmente é realizado pela palavra escrita, muitas vezes este fato reduz as possibilidades de o professor dar mais explicações sobre a avaliação e torna-se ainda mais complexo para o professor, pois exige um feedback individual para muitos alunos.

A utilização da rubrica possibilita que o professor reduza a necessidade de escrever repetidas vezes o mesmo tipo de feedback, considerando que a própria rubrica apresenta ao aluno o que é esperado para cada critério a ser avaliado e quais são as possíveis penalidades (ou redução de notas) para cada aspecto não contemplado. Isso facilita tanto para o professor, que reduz o tempo de feedback avaliativo por escrito, quanto para o aluno, que consegue ter clareza, desde o início da atividade avaliativa, sobre os critérios pelos quais será avaliado, buscando assim, desde a elaboração da atividade de aprendizagem, contemplar o que se espera dele ao final.

Um grande diferencial da utilização da rubrica em favor do processo avaliativo é que ela deixa evidente, à priori, o que se espera na avaliação e quais aspectos  despontuam a produção do aluno. Há uma diferença significativa deste processo com os processos tradicionais de avaliação sem rubrica, nos quais o aluno só descobre à posteriori quais aspectos que retiram dele parte da pontuação das questões. Portanto, saber o que significa uma nota 10, 9, 8 e assim por diante, para cada questão ou para cada critério a ser avaliado, dá ao aluno segurança do que ele precisa produzir.

Ao iniciar o trabalho de avaliação por rubricas percebeu-se que o processo de criação das rubricas é bastante trabalhoso, não representando, inicialmente, economia de tempo para o professor, considerando que exigem um trabalho árduo de elaboração.

Porém, observou-se que sua utilização nas correções e feedbacks avaliativos, reduz a subjetividade do processo avaliativo, abrevia o tempo de correção da atividade, facilitando identificar se o objetivo foi ou não alcançado e também abrevia a escrita de feedback aos alunos.

Observou-se, nos processos avaliativos dos cursos de formação de professores a distância, ofertados pelo CERFEaD/IFSC, que a rubrica ajuda os estudantes a identificarem como a atividade será avaliada, especifica o nível de desempenho esperado com vista aos vários níveis de qualidade, a partir dos quais os estudantes reconhecem se conseguiram atingir os objetivos esperados em suas próprias atividades antes mesmo de entregá-las.

O desempenho dos alunos melhora quando se mostra claramente a eles como seu trabalho será avaliado e o que se espera deles. Os alunos julgam melhor a qualidade do próprio trabalho e recebem comentários mais consistentes sobre seus pontos fortes e aspectos que precisam melhorar.

Percebeu-se que a utilização da rubrica permitiu avaliar e dar feedback aos alunos de forma mais ágil nos cursos a distância e, ao mesmo tempo, qualificar o processo avaliativo, tornando-o menos subjetivo e mais consistente.