Livro didático - avaliação por rubrica

Este material é um artigo a ser publicado na revista da USJ, com uso autorizado pelos autores para este curso.

2. Avaliação por rubrica

Ao pesquisar o conceito “rubrica” em dicionários da língua portuguesa, percebe-se que é um termo utilizado em diferentes áreas e que apresenta diversas definições.

O termo rubrics, na língua inglesa, teve origem na palavra rules, que significa regras (TAGGART et al., 2001). No contexto deste trabalho, rubricas referem-se a um modelo de avaliação que apresenta descrições qualitativas de critérios de desempenho e que esclarece ao aluno o que será avaliado em determinada tarefa.

Na avaliação por rubrica, as regras que orientam como os alunos serão avaliados são apresentadas desde o início do processo avaliativo, possibilitando saber, de antemão, quais são os caminhos a trilhar para potencializar a aprendizagem e alcançar os objetivos previstos.

Segundo Popham (1997), uma rubrica avaliativa apresenta três recursos essenciais:

1) critérios de avaliação;

2) descritores de qualidade e

3) uma estratégia de pontuação, com os níveis de desempenho esperados.

Os critérios de avaliação apresentam os aspectos de elaboração e desempenho que serão avaliados; deixam claro o que será ou não aceito na atividade e variam de uma rubrica para outra, dependendo do que foi proposto.

Os descritores são as características associadas a cada critério e que explicitam o que é esperado; descrevem como as diferenças qualitativas nas respostas dadas devem ser avaliadas. Cada descritor pode ser acompanhado de um peso, que quantifica o descritor pelo grau de importância.

Na estratégia de pontuação, os níveis de desempenho apresentam uma escala de classificação que identifica o nível de domínio dos alunos dentro de cada critério. A escala pode ser escolhida pelo professor e não precisa apresentar, necessariamente, valores numéricos. Por exemplo: os níveis de desempenho para um critério podem ser de 1 a 5 ou de 1 a 10, mas também podem ser valores como Ótimo, Bom, Satisfatório e Insatisfatório ou ainda, Certo e Errado. O importante é que os descritores consigam explicar para o aluno o que é esperado em cada nível de desempenho.

As rubricas são ferramentas que servem para auxiliar o professor a definir critérios avaliativos mais transparentes e coerentes em relação aos objetivos de aprendizagem. Seu uso possibilita que o professor desenvolva e sistematize critérios e indicadores de avaliação, buscando assim reduzir a subjetividade do processo avaliativo (BIAGIOTTI, 2005).

As rubricas avaliativas apresentam algumas características importantes (Quadro 1).

Característica

Justificativa

Facilidade

As rubricas facilitam a avaliação de trabalhos complexos

Objetividade

Permite avaliar de modo objetivo, diminuindo a subjetividade

Transparência

Permite ao aluno o controle do seu aprendizado

Associação

Permite visualizar, pelo desempenho dos alunos, se os objetivos foram alcançados

Reutilização

Devem possibilitar a reutilização, com pequenas adequações antes de um novo processo avaliativo

Padronização

Permite a padronização de critérios avaliativos, possibilitando ao aluno o alcance de habilidades mais complexas

Clarificação

Ajuda a clarificar as expectativas de aprendizagem

Quadro 1 - Características das rubricas

Fonte: Adaptado de Biagiotti (2005).

Algumas vantagens de se utilizar rubricas para avaliar os alunos são, conforme Barato (2005):

1. a avaliação se torna mais objetiva;

2. o professor estabelece os critérios de forma clara e específica;

3. apresenta ao aluno como seu trabalho será avaliado e o que se espera dele em termos de resultado;

4. fornece feedback a respeito do que foi elaborado.

Na próxima seção são apresentadas as experiências de professores que atuam na formação docente, no CERFEaD/IFSC, com uso das rubricas em conformidade com o que foi aqui descrito.